quarta-feira, maio 12, 2010
ALEX RIOS: AONDE VAI DAR O MAR
ALEX RIOS: AONDE VAI DAR O MAR
Luiz Alberto Machado
A paisagem de Maceió sempre cativou meu olhar. Não é pra menos, é só o trâmite de Maçayó, da lagoa até o mar.
Foi exatamente por isso que fiz o frevo “Amor imortal” e um poeminha “Maceió: uma elegia para os que ousam sonhar”. Na verdade, mulheres e paisagens bonitas, ah, têm da muita em Maceió.
Tudo isso a gente flagra no canto e na música de Alex Rios, o toque da viola com sabor da terra caeté. É o mesmo que singrar a praia da Sereia com o telengotengo das cordas pelo vento nos coqueiros. É como bordejar pelo Sonho Verde com o dedilhado das coisas que o amor diz e ninguém imaginava o tanto. É o mesmo que dar de cara com o Riacho Doce, batendo na levada do pinho de quem na noite exaspera e brinca seu espetáculo próprio de si. É feito eu me esbaldar na Guaxuma, me danar por Cruz das Almas, ou andarilhar por Jacarecica, namorar em Ipioca, sapecar em Garça Torta, baldear o Gogó da Ema, sair no 7 Coqueiros, saltar em Mata Garrote, descer pela Jatiúca, Ponta Verde, Pajuçara, Avenida, até o Pontal quando vou dar na lagoa do Mundaú com todos os acordes que saltam dos trastes e ganham meu canto que vai dar pra lá de onde nem sei – um cenário este lindo de morrer, tirante a bossa sem graça da elite tão canhestra quanto sempre fora no aquário.
Esse é o ritmo do Alex Rios no seu acústico “Aonde vai dar o mar”, com todo timbre e sotaque carregado de coqueiros, mangues, massunin, sururu, água de coco, o sol o ano todo de esperança e perspectivas.
Uma a uma das canções do seu ritmo e linguagem, vão dar no sabor das coisas bem Maceió: um verdadeiro solo enamorado de quem solta a goela e o coração para as suas paixões mais íntimas e reais.
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