segunda-feira, janeiro 07, 2008

ANTONIO CARLOS GOMES



Carlos Gomes (1836-1896) nasceu em Campinas e se tornou o mais importante operista brasileiro, com carreira internacionalmente reconhecida por ser o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no Teatro allá Scala, em Milão, na Itália. Tendo perdido a mãe tragicamente, teve 26 irmãos e uma vida marcada, desde a infância, pela dor. Muito jovem foi alfaiate enquanto aperfeiçoava seus estudos musicais na banda do pai. Na adolescência compôs valsas, quadrilhas e polcas, compondo a sua primeira missa, Missa de São Sebastião, em 1854, contando com 15 anos. Numa parceria com Almeida Garret, compôs em 1857 a modinha Suspiro d´Alma. Passou, então, a lecionar piano e canto. Compôs o Hino Acadêmico ainda hoje entoado por advogados. Compôs sua primeira ópera em 1861, A Noite do Castelo, baseado na obra de Antonio Feliciano de Castilho, fato que lhe rendeu a Ordem da Rosa pelo Imperador D. Pedro II. Compôs em seguida Quem Sabe? Sobre poesia de Bittencourt Sampaio, cantada ainda hoje: “Tão longe, de mim distante, onde irá, onde irá meu pensamento...”. em 1863 foi para a Europa, onde mais tarde ele foi diplomado Mestre e Compositor. Em 1867 lançava a sua imortal ópera “O Guarani”, recebendo elogio de Giuseppe Verdi (1813-1901): “Este jovem começa de onde eu termino”. No entanto, segundo Carpeaux: “O modernismo brasileiro, acostumado a destruir ídolos, não o poupou: um conhecido polemista falou em operista imbecil. Mas depois, os próprios modernistas modificaram sua atividade. Mario de Andrade, reconhecendo as notáveis qualidades musicais do compositor, quis salvá-lo: fez esforço para demonstrar a autentica brasilidade de Carlos Gomes”.
A partir disso perseguiu a glória abalado por sucessivos desgostos, quando adoece gravemente, desiludido, quando compôs a grande ópera “Lo Schiavo” e, depois, estreando em Milão, a “Condor”. Morre em 1896, deixando a frase fatalista: "Qual, o mano Juca não chega... eu sou mesmo o mais caipora dos caipiras...". No sepultamento, seu corpo foi embalsamado e conduzido para Campinas, onde repousa na cripta do monumento erigido à sua memoria pelo povo da cidade.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
CARPEAUX, Otto Maria. Uma nova história da música. São Paulo: Tecnoprint, 1977.
MONTALVÃO, Alberto. No mundo da música. Rio de Janeiro: Spiker, 1958.
RIBEIRO, Wagner. História da música na América. São Paulo: FTD, 1965.

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