segunda-feira, janeiro 07, 2008
GIANFRANCESCO GUARNIERI
O ator, diretor, dramaturgo e poeta ítalo-brasileiro, Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), nasceu em Milão, na Itália, chegou ao Brasil com 2 anos de idade, com os pais, o maestro Edoardo Guarnieri, e a mãe, a harpista Elza Guarnieri, fugidos do fascismo italiano. Ele participou da vida teatral carioca, se apresentando, também, no cinema e na televisão brasileira. Foi líder estudantil quando começou a fazer teatro amador com Oduvaldo Vianna Filho, com quem criou, em 1955, o Teatro Paulista do Estudante – TPE. Participou do Teatro de Arena, fundado e dirigido por José Renato, grande marco da dramaturgia nacional.
Sua peça de estréia foi a premiada “Eles não usam black-tie”, encenada em 1958, com direção de José Renato. Sobre a peça escreve Delmiro Gonçalves: “(...) a primeira peça do dramaturgo marcou um momento importante, básico, definitivo no teatro brasileiro”.
Em 1959, escreveu “Gimba, presidente dos valentes”, com direção de Flávio Rangel. Sobre esta peça escreveu Paulo Francis: “(...) um avanço importante para o estabelecimento de uma consciência nacional de teatro”.
A partir disso, participou do Cinema Novo e voltou para o Teatro Arena para encenações ao lado de Augusto Boal.
Depois se manteve escrevendo para teatro, atuando, dirigindo e, também, participando de cinema e novelas na televisão. Além disso, tornou-se compositor com parcerias compostas por Adoniran Barbosa, Carlos Lyra, Edu Lobo, Toquinho e Sérgio Ricardo. Também foi secretário de cultura da cidade de São Paulo, entre os anos de 1984/86, no governo Mário Covas.
Sobre a obra de Guarnieiri, escreveu Fernando Peixoto: “(...) as peças de Guarnieri marcam o início de uma essencial renovação da dramaturgia brasileira, voltada para a análise realista e critica das contradições da sociedade, assumindo uma perspectiva nacional e popular. Em sua trajetória como escritor (e também em seu trabalho como ator ou encenador), Guarnieri tem-se mantido fiel a seus primeiros compromissos: toda sua dramaturgia evidencia uma enérgica postura de esperança na transformação, confiança nos valores e nos poderes do povo. Seu teatro responde sempre ao instante histórico em que nasce e ao qual se destina, mas preserva vigorosa força universal de humanismo e de verdade”.
Gianfrancesco Guarnieri morreu no dia 22 de julho de 2006, quando participava das gravações da novela Belíssima, da Rede Globo, por causa de uma insuficiência renal crônica.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
FRANCIS, Paulo. Gimba. In: Teatro de Gianfrancesco Guarnieri. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
GONÇALVES, Delmiro. Eles não usam blakc-tie. In: Teatro de Gianfrancesco Guarnieri. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
PEIXOTO, Fernando. Teatro de Gianfrancesco Guarnieri. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
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